Suprema Misericórdia

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Certo dia, Santa Teresinha descobriu que era pior que Maria Madalena e que era perdoada por antecipação dos pecados que ela cometeria se Deus não a tivesse protegido, se não tivesse tirado a pedra do seu caminho, pedra na qual tropeçaria. Fico imaginando qual foi seu raciocínio, se foi uma pura revelação, ou aquela mente era das mais geniais já existentes.

Tentando traçá-lo, lembro do que escreveu o jesuíta Luis de Molina, acerca do conhecimento médio de Deus, dentro da sua onisciência. Em outras palavras, diz ele que Deus conhece todas as infinitas possibilidades de futuro existente, conhece como reagiríamos diante de todas as infinitas circunstâncias que fossem possíveis de existir, já que nos conhece intimamente, e assim sabe o caminho que iremos traçar, até porque sua inteligência é infinita. Conhecer o futuro, Ele não conhece, já que, como diz São Tomás de Aquino (I, Q. 14, Art. 13 da Suma Teológica), se Deus conhecesse o futuro, já que o conhecimento de Deus é perfeito, seria ele imutável, em suma, não teríamos liberdade alguma. Mas Ele acaba por conhecer, diante dos argumentos já apresentados.

Desse modo, Deus, que já sabe onde poderemos pecar, se nos for apresentada determinada circunstância, em Sua liberdade, decide por preservar alguns de desagradá-lo e com uma simples manifestação do Seu amor, por intermédio de seja lá o que ou quem Ele quiser se fazer utilizar, manifesta a sua graça e por meio da sua mão poderosa, impede que tal determinada pessoa cometa tal pecado.

O incrível é que a linda santa deixa claro que Ele perdoa por antecipação, o que quer dizer que a outros Deus perdoa após cometer o pecado. De fato, se não fosse a graça Divina a impedir, seríamos capazes de cometer as maiores atrocidades. Deus as vê, Ele sabe o que nós seríamos capazes e que nós nem, no mínimo, imaginamos.

Pensando assim, eu consigo entender mais o chamam por aí de misericórdia infinita, que de tão infinita, prefiro chamar de misericórdia suprema, que nos constrange e nos envergonha.

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