Vocação: chamado ou convite?

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Artists Party in Skagen Vocação, chamado. Duas palavras muito cheias de significado, dentre os quais está “convite”. Convite, diferente de vocação e chamado, que são palavras extremamente românticas, gera obrigação da parte de quem convida. Por isso prefiro convite, porque é mais real, pelo menos para o contexto que aqui se quer.

Se Deus chama à santidade como uma coisa iminentemente vocal, é como se fosse aquela coisa informal que o chamado vai se quiser e quem chamou não se obriga para com isso. Já quando pensamos em convite, vamos mais além, pensamos que aquele que convidou gerou uma obrigação para conosco e, de fato, se Deus nos chama a santidade, algo que com nossas forças é impossível, Ele nos dá a senha, que é a graça. Com ela e só com ela poderemos participar da festa.

Entretanto, a quem se entrega a senha, dá-sa o direito de ir para a festa. Quem recebe a senha vai se quiser, mas tem direito de ir e usufruir de tudo que a festa tem. Ou seja, o convite à santidade gera o direito à graça. Quem é convidado a ser santo, tem, do mesmo modo, direito de ser santo e tem direito também a todos os meios para atingir tal meta. Deus, obviamente, como a justiça em nome próprio, dá-nos mais do que precisamos para isso. Infelizmente, parece que nós não damos muita importância à sua festa.

Do mesmo modo, e assim ainda pode se perguntar, por que não podemos fazer o mesmo raciocínio para chamados, ou melhor, convites específicos. Como um carisma, por exemplo: se Deus me dá um carisma, e esse carisma é o modo pelo qual posso ser mais feliz em vida e correspondendo à sua vontade, isso também gera um direito perante todos de viver a minha vocação, o meu convite. Se Deus, que é o dono da festa, me convida, quem é outro mero convidado para me dispensar dela?

Quando a voz de Deus é explícita e não se respeita o convite que Ele dá a determinada pessoa é, do mesmo modo, o que sente um aniversariante sendo dispensado por outro convidado da sua festa. São papéis invertidos, já que só o dono pode e deve fazê-lo. Do mesmo modo, e não custa advertir: Deus deve ficar muito irritado com uns convidados seus que tem o grande costume de fazer isso.

Ora, se Deus convida, é porque Ele quer, e se Ele quer, Ele dá as condições, dá a graça! É de Deus que estamos falando, o Onipotente! Se Ele diz, Ele faz; se Ele chama, Ele quer; e se Ele quer, Ele dá a graça para que tudo aconteça! E ai de quem ousar impedir os seus planos!

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