A tentação do filósofo

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rodin Ele lê e reflete. Pensa. Sempre está atrás de uma solução diferente, de uma novidade. Vive para pensar e esse pensar é o combustível para o seu viver. Quer gritar quando não está contente com a realidade que invade seu coração inocente, ele não vê maldade, nem em si mesmo. Com sua potente caixa pensante, tenta adequar o mundo a si, porque o si não se adequa o mundo. Ele pensa.

Ele tem que estar certo na sua versão da verdade, porque existe todo um sistema montado na sua cabeça, e uma parte do quebra-cabeça diferente, fere toda a imagem. Ele tem que refazer tudo de novo para ficar coerente. E assim vai à sua trajetória em busca da verdade, seja a verdade verdadeira, seja a que mais a si acomoda, não lhe causa tanto sofrimento nem aumenta sua angústia, tormento que existe por ver com os olhos da razão.

Ele não segue a ninguém, só tem uns colegas com quem concorda. Porque seguir reduz sua capacidade de pensar e chegar por si mesmo à mesma conclusão. Ele quer ir sozinho desbravando a floresta, abrindo novos caminhos por entre as pedras a fim de achar seu próprio tesouro. Seguir alguém, para ele, é perder a liberdade, e não quer andar por caminhos já trilhados, isto lhe tira o gosto da descoberta.

Aí é que está o grande problema: ele quer achar um novo caminho e quer que o vejam nesta trajetória, já que ele é um desbravador, não uma formiga que segue em comboio, então ele grita a anunciar que está em um novo caminho, e que este tem árvores e animais que em outros não tem, que é melhor, mais rápido. Ele tem de chamar atenção, porque não tem graça todo esse esforço se ninguém ver o que ele conseguiu. O pior de tudo, é que mesmo que termine num precipício, ele tem que ser diferente, o caminho é o dele.

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