Da mudança

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millais

Demos graças ao princípio da continuidade! Ou princípio da inalterabilidade, talvez da segurança, imutabilidade. Melhor, demos graças ao princípio do não erro. Pois, é por causa dele que muitas vezes persistimos no insucesso acreditando no sucesso. O primeiro caminho sempre precisa ser o melhor, se não for o único.

Se saímos de uma encruzilhada para uma estrada, e nela há uma muralha, o que fazer? Inteligente seria se nós voltássemos e procurássemos outro caminho. Mas, não! O princípio da continuidade quer nos fazer atravessar, porque somos bons demais o suficiente para aceitar que escolhemos o caminho errado, e muitas vezes precisamos voltar.

Por vezes um caminho é maravilhoso e cheio de encanto, e não queremos que nada se modifique. É o princípio da inalterabilidade que quer que tudo continue perfeito mesmo quando no continuar aquilo não continua mais tão belo. Desse modo, paramos de caminhar e ficamos ali vendo o lago do cisne.

Às vezes o caminho é triste, sem cor, sem graça. Começamos a ficar desanimados, desgastados, sem vontade de caminhar. Ficamos acostumados com tanta melancolia e, por causa do princípio da segurança, dizemos que aquilo é nosso e não queremos abrir mão, mesmo avistando flores num caminho paralelo.

Já outras vezes, num ímpeto de fúria contra a própria limitação, em puros orgulho e soberba, não admitimos errar, e entramos no princípio da imutabilidade. É aquele caminho cheio de espinhos, de pedras, de animais peçonhentos, selvagens... Que nos fere, nos rasga, nos inocula seu veneno e nos devora. E nós, os titãs da vida, enfrentando a lógica, a reta razão, o bom senso, a inteligência, os bons modos, simplesmente, continuamos.

Podemos mudar enquanto é tempo. Devemos mudar enquanto é tempo. E qual é o problema de mudar? A opinião das pessoas sobre nós, ou a nossa própria ideia de fracasso? Há tempo enquanto é tempo de se perguntar aonde estamos, porque estamos e para onde vamos. E é bom que seja feito, porque há caminhos que no meio deles atravessa uma porta, que se fecha e não deveria ser quebrada. É o que muitos fazem, porque não tiveram inteligência e humildade para voltar atrás.

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