Do Teólogo

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Saint Thomas Aquinas

Eu não sei quem sou para falar sobre esse assunto, mas se tiver razão, ainda que somente em alguns pontos, vão concordar comigo. Ainda que não seja ninguém, vai valer a pena ter escrito.

Não vamos falar aqui da importância da teologia, porque basta um mínimo de inteligência para abaixar a cabeça para ela. Mas, para focar na figura dos teólogos, principalmente do teólogo cristão, católico. Esse, que sempre existiu na história da Igreja. Entretanto, a sua existência não bastou, se ser teólogo tão somente fosse algo importante, teríamos o nome de muitos eternizados, entretanto, o que se vê é que a teologia cresce de acordo com a prática suscitada pelo Espírito Santo e com a evolução da sociedade humana.

Eu disse isso, porque experimento, na minha vida, que os teólogos santos foram gigantes da Igreja, por outro lado, o que não, são como velas que derretem e se apagam. Por outro lado, houve muitos que, em vez de debruçarem-se em livros para pensarem sobre Deus, viveram na prática, conhecendo a Deus e apaixonando-se por Ele. Esses tiveram seu nome cravado na história, e seu testemunho de vida prática e mística são, ou deveriam ser fonte objetiva de estudo teológico, tendo em vista que a teoria sem comprovação prática, de nada vale. Eis o valor da mística.

Assim, um teólogo que não tem vida de oração, que não tem vida mística, é como alguém que pega uma apostila, por melhor que seja, e começa a estudar sobre a guitarra, vai saber somente de ouvir falar. Pode discordar da apostila, pensando que deveria ser diferente o que está ali exposto, porque não sabe a essência do objeto, visto que nunca tocou nele. Obviamente, Deus, que é absoluto, não comporta discordâncias, posto que é absoluto, por outro lado, quando há discordância, é porque, pelo menos um dos que divergem não tem nenhuma intimidade com Deus. Se os homens todos tivessem intimidade com Deus, nunca discordariam, porque beberiam da mesma fonte, mas, o que o ocorre é que os homens bebem da fonte de si mesmo, que é relativo, e acabam por colocar conceitos que são, ou provenientes, ou contaminados pela sua vaidade.

Por outro lado, há aqueles que tocam a guitarra sabem realmente, porque viram, ouviram, tocaram, experimentaram, aquilo que ela é realmente, na sua essência. É claro que a pura experiência de tocar a guitarra não vai fazer lá muito significado. Do mesmo modo, a pura experiência mística sem nenhum fundamento, pode muito facilmente levar ao erro, à alienação, até a uma tola vaidade. Tola porque é uma vaidade advinda da falta de conhecimento. Ser místico sem saber de nada é como conhecer um amigo, porque convive-se com ele, mas, muitas vezes, não lhe compreende, porque não tem conhecimento de psicologia. Acaba julgando, condenando e medindo aquele que pode ser totalmente inocente, e o sujeito, por ignorância, não sabia. Assim, o teólogo sem vida de oração, quando não cai no erro, cai na soberba; já o místico sem conhecimento, pode-se tornar um babaca.

Entre eles, prefiro o místico, porque o teólogo, da mesma forma que o psicólogo, entenderá Deus e a sua palavra muito melhor se for de perto, desse modo, todo seu conhecimento de nada vale, se não experimentar do próprio Deus. Por outro lado, o místico pode não ser lá tão inteligente e sábio, mas vai conhecer, gostar, se apaixonar e amar aquele com quem convive.

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