Do Natal

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049Não foi a rejeição que fez o Menino Jesus nascer em uma manjedoura, era Ele mesmo que não queria luxo. Afinal, não significa esta linda data também o modo como Deus quer entrar na nossa vida? Para viver um verdadeiro e santo Natal, precisamos estar vazios de qualquer coisa que não Deus, afinal, Jesus não nasceu em outro lugar porque estava cheio (Lc 2, 7). Por que, então, não pensar desse modo? Deus pode habitar em um coração que o divide com outras coisas? Não! Nem o quer, do mesmo modo que pôde nascer em outro lugar, mas também não o quis!
 
Também Ele poderia ter nascido com tudo que um Rei da majestade Dele merece, mas não o quis. Afinal, desde o seu nascimento Ele queria dar o exemplo. Pois, assim como as questões materiais pouco tem verdadeiro significado nas nossas vidas, sendo puramente questões acessórias, utilitárias, Deus não quer, nem pode visitar um coração soberbo. Por outro lado, num coração pobre e despojado está a perfeita moradia para o nosso Deus. Interessante também são os animais que acompanhavam o seu nascimento. De acordo com o trecho em Isaías (Is 1, 3), era um boi e um jumentinho. Afinal, que significam estes animais? Não seria o boi aquele que se dá como sacrifício e serve de alimento para os outros e o jumento aquele que serve? Podemos dizer, assim, que sendo este o modo de Jesus agir, que amar não é nada senão sacrifício e serviço. Jesus queria a companhia destes ali consigo. Jesus quer que nós sejamos assim, para sermos seus companheiros.
 
Agora, de onde vem esse nosso costume de presentear? Dos reis magos? Os reis magos levaram os presentes para quem, para a Virgem Maria e para o seu esposo, José, ou foi para o Rei que ali nascia? Por que nós, também, não damos os nossos presentes para Deus, que o merece, em vez de dar para tantas pessoas? O Natal não é de riqueza, mas de pobreza material. Não é isso que entendemos da manjedoura? Portanto, o Natal é repleto de significado que não poderá jamais entender aquele que vive a festa que o mundo inventou.
 
Não entendo porque tanta parafernália para um dia de Natal. Não entendo porque tantas luzes, tantos postes, e também não entendo porque ninguém se lembra da Estrela da noite.
Um feliz, rico e santo Natal.

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Da Eterna Vida

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Sejamos coerentes, se alguém acredita tão somente nesta vida, há de valorizá-la. A todos os ateus, eu aconselho que procure beber dela tudo que ela poder dar, visto que o sentido da vida deles é viver. Entretanto, aos cristãos, admoesto que se preocupem com sua morte, ela que, a qualquer momento e sem avisar, pode vir nos visitar. Àqueles que adotam a versão mundana do “carpe diem” e dizem: “hoje eu aproveito, amanhã me converto”, pergunto se eles têm certeza que o amanhã haverá. Interessante, pensam logo em pessimismo quando afirmo isto, entretanto, é na relatividade das coisas que os conceitos se revertem. Para aqueles que vivem uma vida sem sentido, a morte é um mal irremediável e pensar nela é pessimismo. Entretanto, para aqueles que vivem uma vida com sentido, a morte é um bem que há por vir, pensa-se nela com esperança, porque todo mal que aqui existe será resolvido. São os bem aventurados que também são chamados de felizes, porque desfrutarão desta felicidade plena por toda a eternidade.

Não vivamos, pois, como ateus. Por que rejeitar todo sofrimento do mundo, se tudo passará? Viveremos num eterno gozo, numa vida infinita, plena, ilimitada. Alguns temem esta vida, pensando que ela pode ser enjoativa, sem graça, porque veem os cristãos assim, sem graça. Deus não tem culpa, ele não quis que seus filhos fossem robôs, mas sal para terra e luz para o mundo. Contudo, se desta vida infeliz não queremos nos desapegar, quanto mais da que há de vir? Estamos aqui, mas daqui não somos.

Àquele que reclama da falta de posses, pergunta-se: De que adianta tê-las? Tudo passará. A sabedoria é certa, nada levamos conosco. Quanto mais se têm, mais escravo se é. Jesus não mente ao dizer que é mais fácil passar um camelo no buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus. É fácil encontrar um rico pobre de coração, daquele que de tudo que tem pode se despojar, ou não? São apegados ao mínimo centavo que têm! “Ainda existe uma livre vida para as almas grandes. Na verdade, quem pouco possui tanto menos é possuído. Bendita seja a modesta pobreza.” (Nietzsche, Assim Falava Zaratustra) E é verdade, quanto mais se é pobre, ainda mais de coração, mais se é livre. Consumismo não é exercício da liberdade, mas sintoma de escravidão. Pouco importa o que temos neste mundo, enquanto preocupamo-nos em ter algo aqui nesta miséria, tantos sofrem pelo pouco que podemos dá-los para ter um mínimo de subsistência. No Céu, tudo aquilo de perfeito e maravilhoso estará à nossa disposição. 

Por outro lado, há aqueles que querem tudo ser, os donos do próprio nariz, os senhores do mundo e de si mesmo. Quanta burrice há em ser assim! Será que não se tocam que não veem um palmo na frente do próprio nariz! Qual é o problema de ser pequeno? Qual é o problema de servir? Qual é o problema de se rebaixar? Por que queremos tanto e sempre estar acima? Por que tanto orgulho e inveja? Por que tanta perseguição? Por que tanta avidez em querer ser melhor? Por que tanta sede em elevar a própria autoestima? Por que tanta vontade de ser famoso, de ser observado? Que sentido isto tem? Sentido há em ser o menos, em servir, em não viver para si mesmo e sim para o melhor dos demais. Isto é amor! O melhor poder que podemos ter não vem por mérito nosso nenhum, nem, na verdade, é nosso. Este é o poder de Deus, por ele nós podemos amar curando, operando milagres, aconselhando, evangelizando, seja o que for. Poder que faz sentido é o que serve para mais servir. Além do mais, na outra vida não teremos mais a nada o que obedecer, seremos plenamente livres, porquanto tudo o que fizermos consistirá no mais perfeito e santo e outra coisa não nos atrairá senão isto!

Ainda há, e como há, os que têm sede de prazer. Estes se justificam por sua natureza animal. Comparam-se com alguns para justificar sua sede de sexo, a outros para justificar o homossexualismo. Que natureza temos senão a parentela com Deus, de quem somos imagem e semelhança, criados a Seu modo, santos, e maculados pela nossa desobediência. Não digo isto somente para o prazer de origem sexual, mas de todo tipo de prazer, todavia, sabemos que vivemos em um mundo sexualizado. Entretanto, muito dificilmente perdemos tempo em aquilo em que não nos dá gosto, seja no comer, seja no viver. Há muitos que não têm nenhuma chance de ter o prazer que temos em diversas formas. Como se pode ousar em dizer que se é feliz com tanta infelicidade no mundo? Como se pode viver tão despreocupado, abusando de tudo que for possível, enquanto tantos não têm o que comer nem o que beber? Não é mentira dizer que o nosso egoísmo hedonista dá origem a muitos dos criminosos. Por que não viver uma vida sóbria e casta, sabendo que teremos uma eternidade na vivência de um prazer puro nunca provado antes?

Enfim, por que crucificamos a nossa alma em detrimento de um prazer passageiro? Devemos lembrar que todo sofrimento neste mundo é pouco ou nada, comparada à consolação que teremos na vida eterna. No céu não precisaremos mais ser castos, já seremos perfeitos. Na eternidade não precisaremos ser obedientes, porquanto seremos totalmente livres. Na vida eterna não temos nada a preocupar com a pobreza, pois tudo possuiremos. Isso tudo, obviamente, nada se compara com qualquer ter, poder ou prazer que aqui neste mundo de feras podemos ter. Vivamos incessantemente consolados pelas promessas de Deus.

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Do sofrimento

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Não é verdade! Não é verdade que o sofrimento é ruim! Já disse e o faço novamente, que o sofrimento é escola, o sofrimento eleva, o sofrimento dignifica! Porque tanto fugimos dele? Procurar sofrimento, sim, é masoquismo, mas, quando ele bate à nossa porta, por que não deixar entrar? Só assim, quem sabe, ele possa sair satisfeito. Por outro lado, enquanto não abrimos, ele insiste em bater e nós fingimos que nada nos incomoda! Pior ainda é que o sofrimento, ao insistir em bater, não sai da nossa porta, o resultado disto é que ninguém mais pode entrar nem nós podemos sair. Vivemos isolados num mundo em que só nós existimos. E o sofrimento, coitado, ficou triste por não ter a quem ensinar.

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