Do Julgamento

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Nós, seres humanos extremamente falhos e, principalmente, absurdamente vaidosos, nos investimos de capacidade para julgar todas as situações da vida alheia.

Somos hipócritas o suficiente para dizer sem saber o porquê uma frase bem conhecida: “Só Deus pode julgar.” – Porque só Deus pode julgar? Podemos dizê-lo por dois motivos. O primeiro é que só Ele é conhecedor de tudo, o Onisciente, sabe as causas e consequências de todas as coisas, os motivos pelos quais os atos foram praticados e ainda conhece nosso íntimo muito mais que nós mesmos; o segundo é que Ele, por ser perfeito, tem capacidade para julgar o que quiser, Ele não erra. Temos essas qualidades? Porque então insistimos em julgar?

Julgamos para satisfazer a nós mesmos. Por sermos mais podres que excremento, necessitamos estabelecer juízos negativos sobre os atos de outras pessoas, para que assim sintamos-nos algo importante, ou seja, melhor do que elas.

Não minto que, frequentemente, caio nessa terrível tentação e, até por ter um senso crítico apurado até demais, confundo crítica com julgamento.

Mas como posso ver tanta coisa ruim acontecendo sem fazer nenhum juízo? Acredito que considerando-nos iguais aos outros, como seres humanos, filhos de Deus, o que for, podemos nos conscientizar. E devemos considerar, baseados nessa igualdade, que ninguém tem a mesma educação, a mesma condição financeira. Uma dessas mulheres, que vemos pelas esquinas, tivesse a criação que tivemos, seria ela uma prostituta? Se, além da criação, essas pessoas que furtam e roubam, tivessem condições de viver dignamente, agiria de tal maneira?

Todos nós somos capazes de cometer todos os crimes e todos os pecados, basta que as circunstâncias favoreçam.

Não nos achemos melhor do que ninguém, mas sejamos misericordiosos, pensemos no que o errante poderia ser ou fazer se não o fosse. Por segurança e humildade, devemo-nos considerar piores. Somos, na verdade, todos agraciados por Deus, na mais diversas formas, e nenhuma é igual.

 

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